A FINA ARTE DA NAVEGAÇÃO ALEATÓRIA.

Mês: novembro 2019

  • Alan Moore declarando seu voto

    Vê se o discurso do tio Alan Moore ajuda a clarear umas ideias pra 2022 ó:

    Aqui está algo que você não vê todos os dias: um anarquista avesso à Internet anunciando nas mídias sociais que votará no Partido Trabalhista nas eleições de dezembro. Mas estes são tempos sem precedentes.

    Votei apenas uma vez na vida, há mais de quarenta anos, estando convencido de que os líderes na maioria das vezes trabalham para beneficiar ninguém mais além de si mesmos. Dito isto, alguns líderes são tão inacreditavelmente malévolos e catastróficos que devem ser vigorosamente opostos por todos os meios disponíveis. Simplificando, não creio que mais quatro anos desses parasitas de direita vorazes e sorridentes nos deixem com uma cultura, uma sociedade ou um ambiente no qual temos o luxo de imaginar alternativas.

    O mundo miserável em que vivemos atualmente não foi uma infeliz mudança de destino; foi uma decisão econômica e política, tomada sem consultar a enorme população humana que afeta drasticamente. Se quisermos que seja de outra forma, se preferirmos um futuro que podemos chamar de lar, devemos parar de apoiar – mesmo passivamente – essa agenda conservadora voraz e insaciável antes que ela nos devore com nossos filhos como sobremesa.

    Embora meu voto seja principalmente contra os conservadores, e não para os trabalhistas, observei que o manifesto atual do Partido Trabalhista é o conjunto de propostas mais encorajador que já vi de qualquer partido britânico importante. Embora esses sejam tempos imensamente complicados e todos nós não tenhamos certeza de qual caminho devemos seguir, eu diria que o que nos afastará mais do iceberg aparente é a aposta mais segura.

    Se meu trabalho significou alguma coisa para você ao longo dos anos, se o modo como a vida moderna está fazendo você temer por todas as coisas que valoriza, então saia no dia da votação e faça sua voz ser ouvida com um voto contra esse pisoteio sem coração da segurança, dignidade e sonhos de todos.

    Um mundo que amamos conta conosco.

    Alan Moore,
    Northampton,
    20 de novembro de 2019.

  • Especial Mark Baker

    Antes da Peppa Pig virar o sucesso global que virou, Mark Baker já era foda com animações.

    The Hill Farm (1988)

    The Village (1993)

    Jolly Roger (1998)

    Na site dele tem um textinho para cada um, contando como foi a produção: The Hill Farm, The Village e Jolly Roger.

  • A cabeça de Alan Moore

    De 2016/2017, mas muita coisa aí é bem atual para se refletir os dias que estamos vivendo.

  • Simon Hanselmann, em português, em 2020

    Pela Veneta.

    E aqui uma entrevista com a figura:

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  • Planeta Web

    Um giro pelas internets, enquanto ainda existe planeta e tals…

    * Martin Scorcese desceu a lenha nos filmes da Marvel. E agora se explica. Eu não só desceria a lenha, como desceria a lenha no fanatismo também.

    * O ócio como parte da rotina. Eu sou praticante e defensor da rotina de ter horário pra simplesmente não fazer nada. Principalmente com as crianças (tenho 2 filhos). Aqui o Rodrigo Ratier explica melhor.

    * Uns bons sei lá quantos anos atrás eu publiquei o Manifesto NÃO! (aí abaixo). Era um planfleto-manifesto contra gente xarope que tem grana mas não curte pagar por um serviço. Fiz para enviar pruma galera que me encheu o saco pedindo favor sem ao menos citar remuneração. Confesso que não enviei muitas vezes, ou nem me lembro pra quem enviei… mas enfim, é de 2005 (ou antes) e serve pra falar NÃO praquele sujeito parasita que seu trampo, de graça.

    Parece que o Ramon Vitral e os profissionais de quadrinhos passam pelo mesmo problema.

    * Você atingiu seu Limite Hastings? Aquele momento que você admite que existe mais conteúdo que você quer consumir do que você jamais terá tempo… o editor do The Verge, Deiter Bohn, criou o termo em homenagem ao CEO da Netflix, Reed Hastings, e publicou o texto abaixo na newsletter de hoje, colado na caruda:

    I propose a new term called the “Hastings Limit,” named after Netflix CEO Reed Hastings. He famously said that Netflix’s real competition was sleep, then Fortnite. Basically anything that took potential attention away from streaming video counted as a threat to his business.

    The Hastings Limit is the moment when you admit to yourself that there is more content that you want to experience than you have time for — or will ever have time for. The number of shows I believe I would like, books a really want to read, video games I really want to play, movies I want to watch, and local parks I want to visit has officially become overwhelming.

    Exceeding the Hastings Limit means more than just saying “there are too many TV shows.” It means you are actively triaging your content diet and choosing to not experience things you believe you might really enjoy or might really enrich your life in some way.

    What I’m telling you is that I haven’t watched HBO’s The Watchmen and I haven’t played Death Stranding and I may never get to.

    We are all already over the Hastings Limit, truth be told. The sooner you admit it to yourself, the sooner you’ll accept it and stop trying to see it all. I recommend it, as it could increase the chances that you’ll head to that national park and look at a tree. I find that trees are highly underrated things to watch.

    – Dieter

    * Laerte-se, o documentário da cartunista Laerte, apareceu no Netflix. Ainda não vi, mas pretendo. Um dia. Quem sabe. Talvez.

    * The End of The Fucking World 2 também pipocou por lá. Esse eu verei. Um dia. Gostei do gibi e da primeira temporada.

    * The Laundromat foi a única coisa que eu vi nos últimos 30 dias (tirando o Coringa no cinema). É sobre lavagem de dinheiro. Do Steven Soderbergh. Com a Meryl Streep. Bem bom.

    Deixa eu ir lá gastar meu tempo com outra coisa. Abraços.

  • Coringa

    Fui lá ver o novo Coringa enfim. E já digo na lata: o primeiro coringa era um personagem mais esperto. Esse coringa do Joaquin Phoenix não me pareceu esperto o suficiente para realizar um assalto a banco, passando uma rasteira nos comparsas, por exemplo. Parecia um sujeito estrategicamente limitado, com explosões de raiva, carente e que descobriu na violência uma maneira de se realizar. Ok para explicar a origem de algum vilão qualquer da DC, mas, pra mim, esse Coringa passa longe de ser o principal antagonista do maior detetive de Gotham.

    Ignorando isso, legal mesmo foi o filme como um todo. Ver o grito dos excluídos. Me deu vontade de sair do cinema pra queimar limosines e sair pixando por aí “KILL THE RICH”. Dá pra ver que a vida da maioria é quase tão desgraçada quanto a do Arthur Fleck. Nesse aspecto o filme cumpriu seu papel. Espero ver o dia em que os ratos sairão dos bueiros.

  • Como está a água?

    David Foster Wallace explica. Com legendas.

  • O futuro chegou!

    E eu ainda não consegui comprar minha passagem para uma colônia extraterrestre para começar uma nova vida? Blade Runner, cadê?

  • Charlie Kaufman

    Precisamos de mais autenticidade e generosidade. E menos lixo industrializado. Charlie Kaufman resume bem o momento atual em suas dicas para roteiristas/artistas.

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