Semana passada fui lá conferir a tão falada exposição de games que saiu em tudo quanto é jornal, telejornal, rádio, blog, revista de fofoca e obituário. Aproveitamos a segunda-feira chuvosa, eu e a Mulher Robô, e fomos lá ver qualé. E chegando lá, a decepção. O evento parece um salão chique de fliperama. 4 consoles para cada game e para jogar, fila de espera. Espaço agradável, isso é, mas não tinha nem cadeira pros gamers…. E além de pouco mais de uma dezena de games para testar (uns bons, outros não) e 6 instalações artísticas, o evento não tem NADA de novidade. A instalalção mais legal era a da mesinha que interagia com os objetos que você coloca em cima… é, só isso mesmo, põe a parada em cima, e a outra parada pipoca do nada e interage com a primeira parada. O Surface, da Micro$oft, é mais legal e mais interativo.
Nem vou descer a lenha nas demais instalações porque discutir arte é muito subjetivo para o meu gosto. E ficou ainda mais subjetivo ao ver duas madames que adoram discutir conceito por trás de instalação que usa videogame… essa eu passo. Não curto arte com todo um “conceito” por trás. Aliás, quando alguém tentar te vender um “conceito”, fuja.
O que eu não entendo é o porquê de tratar o assunto como se o público não soubesse o que é videogame. Vamo lá, videogames estão por aí, em massa, desde os anos 1980. Praticamente todo mundo sabe controlar um personagem animado através de um joystick/gamepad certo? Tá rolando na mídia que videogame move mais grana que o mercado do cinema e o falido mercado fonográfico já faz uns anos. Hoje temos games nos celulares e até em máquinas fotográficas. Game já faz parte da cultura. Já é cultura. Então porque raios fazer uma exposição como se os games fossem a novidade do ano? Não saquei. Celebrar o videogame como arte? Com meia dúzia de instalações e uns 10 games? Cadê um workshop basicão com o Game Maker? Cadê um painel com algo realmente novo. Ou qualquer demonstração de algo útil desenvolvido com o também-tão-falado-assunto-da-moda, Augmented Reality. Queria ver o ARQuake rolando, não o Katamari Damacy. Queria ver algo usando o Arduino, ou um videogame movido à gritos. Queria ver algum tipo de game educacional sobre matemática ou música. O diorama em papel do Ninja Gaiden aí abaixo é mais “arte” que a exposição inteira do Itaú. E a foto ali acima, é de outra exposição… mas serve de exemplo. Vai dizer que você não levaria uma máquina fotográfica para registrar sua visita ao cenário do Super Mario?
Mas o que eu fiquei realmente chocado foi com a quantidade de exposição na mídia que esse evento recebeu. Fui lá achando que a experiência pudesse mudar minha vida (tipo quando vi um quadro do Van Gogh)… mas neca. Nada. Um desdém me veio. Meses atrás, no SESC Pompéia rolou uma exposição foda. E realmente legal. Joguei um Tetris numa projeção gigante num edifício vizinho. Isso sim é experiência. Agora, jogar Halo no Xbox é arte? Tenho Counter Strike aqui, não pego fila e tenho mais de 15 minutos para me divertir…
Continuo esperando o simpósio que vai rolar no final do mês, mas como arte, a exposição GamePlay não vale, vale mais uma visita ao fliperama da esquina, de preferência daqueles que tem o Nascar, jogo de tiro, dança e Ice Hockey, muito mais interativo. Só não é de graça e não fica na Avendia Paulista. Mas a diversão é garantida. Vai por mim.
4 comentários